A solidão não sai à rua nos bairros da velha Lisboa

Margarida Alpuim e Rita Matos (ESCS)

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SOS, ou ponto, traço, ponto. Como sinais de socorro, os passos dos idosos que estão sós são muitas vezes curtos na distância que alcançam, longos no tempo que demoram a ser percorridos, e curtos na visibilidade que têm.

“O meu marido estava no hospital. Eu caí na casa de banho. Estive desde as 2h30 de sábado até às 9h da manhã de domingo a gritar por socorro e ninguém me acudiu”. Guilhermina, Lisboa, Europa, século XXI.

Em 2017, havia mais de 147 mil idosos a viver sozinhos em Lisboa. Muitos deles, sem rede familiar, social ou institucional. A pergunta impõe-se: como é que, depois de uma vida profissional ativa, da construção de uma família e da criação de uma rede de amizades se chega à solidão?

A resposta está escondida na conjugação de vários fatores, que vão das políticas públicas às competências emocionais. Para a solução podemos começar por gestos tão simples como ter em conta a experiência e o conhecimento dos mais velhos para as decisões que tomamos.

Para conhecer melhor algumas das histórias que habitam os prédios da velha Lisboa, ouça a reportagem no segundo episódio do REC.