Diversidade cultural numa língua de convergência

Madalena Oliveira, professora da Universidade do Minho e editora do programa sobre Estudantes da CPLP

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A Língua Portuguesa exprime diversos andamentos culturais. Tem nela a música de palavras que dizem identidades cruzadas. É pelo Português que se fala também noutros países que os estudantes da CPLP serão menos estrangeiros que outros em Portugal.

 

As universidades portuguesas acolhem já cerca de 50 mil estudantes estrangeiros, que representam, de acordo com a Portaria nº 111/2019, de 12 de abril, 13% do total de estudantes de ensino superior. Segundo dados da Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, os estudantes oriundos da CPLP representam o grupo mais numeroso entre os estrangeiros que frequentam o ensino superior em Portugal.

Vêm atraídos pela qualidade do ensino, mas também, ou sobretudo, pela vantagem da língua comum. O Português é assim, para estes estudantes, o idioma do sonho num futuro mais promissor… o idioma de um sentido quase missionário de voltar ao país de origem para ajudar outros a desenvolver mais competências (tanto linguísticas como técnicas).

A integração em Portugal não é imune a dificuldades, essencialmente de natureza burocrática. São os papéis de legalização. E é também a adaptação a um sistema de ensino que corre muitas vezes a um compasso mais impaciente com o tempo. Mas a experiência de viver temporariamente nas cordas de um Português menos dançante parece compensar pela oportunidade que não havia no país de origem, pelo sentimento de segurança e conforto, pela enriquecedora vivência de práticas culturais e sociais distintas.

Neste programa participaram Francisco Nascimento, da Universidade da Beira Interior, João Morais, Ana Ventura e Rui Godinho, do Instituto Politécnico de Portalegre, Joana Lima e Ricardo Rodrigues, da Universidade do Porto, e Henrique Ferreira e Sofia Moreira, da Universidade do Minho. A edição é de Madalena Oliveira e a pós produção de Pedro Portela, professores da Universidade do Minho.