Em 2011, fruto de uma paixão pela história e património da cidade da Covilhã, num fascínio partilhado entre Lara Seixo Rodrigues, o seu irmão Pedro e a sua cunhada Elisabet Carceller, nasceu o Projeto WOOL. Conta, hoje, com um roteiro com cerca de 60 obras de arte urbana, realizando anualmente um festival e, mais recentemente, dando maior destaque à questão de inclusão social, através do Wool +.
O grande objetivo dos fundadores era trabalhar a arte em espaço público, acessível a todos. Era “um claro ato de democratização da arte”, que “só podia ser feita na rua”, afirma Lara, sublinhado também o objetivo de trazer a sua paixão pela arte urbana e conseguir reabilitar, através dela, o centro histórico da Covilhã “muito abandonado e envelhecido”.
 Os três criadores do projeto WOOL planearam o que seria o festival e, para que a sua paixão e sonho se pudesse tornar realidade, candidataram-se a um financiamento da DGArtes (Direção-Geral das Artes, um organismo do Ministério da Cultura), que foi conseguido procurando, depois, o apoio do município da Covilhã e de empresas nacionais e locais que correspondem a 30% do orçamento gasto.
Os três criadores do projeto WOOL planearam o que seria o festival e, para que a sua paixão e sonho se pudesse tornar realidade, candidataram-se a um financiamento da DGArtes (Direção-Geral das Artes, um organismo do Ministério da Cultura), que foi conseguido procurando, depois, o apoio do município da Covilhã e de empresas nacionais e locais que correspondem a 30% do orçamento gasto.
Em cada edição do festival, quatro artistas vêm até à Covilhã. Dois são portugueses e outros dois estrangeiros. Há uma regra estabelecida: pelo menos um dos artistas é uma mulher. “Aquilo que pedimos aos artistas é que viessem à cidade e se inspirassem em tudo o que existe cá, e cada um poderia desenvolver um mural de acordo com o que pretendesse”, esclarece Lara Rodrigues.
 Além da construção artística que invade as ruas da Covilhã, existem atividades parapelas que convidam a população e gente de todo o país a saber mais. “Aquilo que as pessoas podem esperar sempre é, através dos murais, aprender um bocadinho mais sobre a nossa região e sobre a nossa cidade, seja presente, passado ou futuro”. A ideia da organização é manter este modelo todos os anos, porém “por uma questão de orçamento”, tem de haver ajustes. Em 2024, a edição será “mais reforçada e maior”, à semelhança do que já ocorreu em 2021, quando se celebraram os dez anos do projeto WOOL.
Além da construção artística que invade as ruas da Covilhã, existem atividades parapelas que convidam a população e gente de todo o país a saber mais. “Aquilo que as pessoas podem esperar sempre é, através dos murais, aprender um bocadinho mais sobre a nossa região e sobre a nossa cidade, seja presente, passado ou futuro”. A ideia da organização é manter este modelo todos os anos, porém “por uma questão de orçamento”, tem de haver ajustes. Em 2024, a edição será “mais reforçada e maior”, à semelhança do que já ocorreu em 2021, quando se celebraram os dez anos do projeto WOOL.
Um projeto vencedor em nome de arte e no Interior
Distinguem-se pelas cores vivas, pela dimensão e pelas expressões tocantes. Neste momento, o Projeto Wool tem já um roteiro de 46 murais de média dimensão e mais cerca de 20 peças de pequena dimensão. Juntos, “compõem um roteiro dos maiores que existem em Portugal e o mais rico sem dúvida alguma, com uma enorme variedade e um dinamismo que é aquilo que queremos manter: um projeto vivo que traz até cá o que de mais inovador existe”, afirmou Lara Seixo Rodrigues. Para a realização do roteiro, os visitantes puderam utilizar a app “WOOL | Wall by Wall” criada por Edgar Ladeira, antigo aluno da Universidade da Beira Interior (UBI).
No coração de uma comunidade urbana, em plena Serra da Estrela, o Projeto WOOL tece uma narrativa de transformação, unindo a tradição e a inovação para criar oportunidades, preservar e reabilitar o centro da cidade, através da arte ao ar livre acessível a todos. No futuro, querem “continuar a usar a arte urbana como ferramenta de transformação da comunidade e do território, seja transformação social, cultural, turística, política” e mostrar que “no interior se desenvolvem projetos de qualidade.”
 Patricia Santos, responsável pelo departamento da cultura na Câmara Municipal da Covilhã, refere que, nos primeiros anos, sem compreender o que era o projeto e o que se pretendia, os apoios dados pelo município eram diferentes. No entanto, nos últimos três a quatro anos, o município tem apoiado significativamente o festival, fornecendo a verba de 60.000€ + IVA. Um dos benefícios deste apoio é a aquisição de quatro novas peças de arte urbana, duas realizadas por artistas internacionais e duas por artistas nacionais.
Patricia Santos, responsável pelo departamento da cultura na Câmara Municipal da Covilhã, refere que, nos primeiros anos, sem compreender o que era o projeto e o que se pretendia, os apoios dados pelo município eram diferentes. No entanto, nos últimos três a quatro anos, o município tem apoiado significativamente o festival, fornecendo a verba de 60.000€ + IVA. Um dos benefícios deste apoio é a aquisição de quatro novas peças de arte urbana, duas realizadas por artistas internacionais e duas por artistas nacionais.
A Covilhã possui uma particularidade única devido à orografia do seu terreno, o que dificulta o acesso a pessoas com deficiência motora, e neste momento, a única maneira de experienciar o museu a céu aberto é através das divulgações e informações disponibilizadas pela Wool, incluindo os QR codes. Não há ainda uma alternativa viável para tornar o museu mais acessível, uma vez que isso exigiria modificações significativas na cidade, o que não é viável num curto prazo de tempo.
 Há sempre algo mais a acrescentar: o Programa WOOL +
Há sempre algo mais a acrescentar: o Programa WOOL +
Como diz Leon Tolstói “As grandes obras de arte somente são grandes por serem acessíveis e compreendidas por todos.” O Projeto WOOL, quis fazer isso mesmo pondo em prática o Projeto WOOL + com o objetivo de aumentar a acessibilidade às suas obras de arte urbana, que se espalham pela cidade da Covilhã.
O projeto WOOL + está já a trabalhar toda a parte da acessibilidade dos conteúdos associados aos murais, mas também a parte da criação artística, por parte de públicos que normalmente não têm essa possibilidade. Foi criada uma colaboração entre 13 utentes com deficiência intelectual e com síndrome de down da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) da Covilhã, alunos de Artes da Escola Secundária Campos Melo e o artista Mantraste.

Como explica Elisabet Carceller, o WOOL+ tem três fases: a primeira fase é “o que está a acontecer agora” que é “a criação de um painel com cerca de 1200 azulejos , em conjunto com os utentes da APPACDM que são eles que estão a desenhar” e tem a colaboração do artista “Mantraste”, juntamente com o apoio de um conjunto de alunos de artes da escola Campos Melo que neste projeto são uma espécie de voluntários. O azul e o amarelo foram as cores escolhidas para o painel de azulejos, uma vez que são as cores que estão associadas tradicionalmente ao azulejo mas também porque são as cores da associação APPACDM.
A segunda fase é a criação de recursos de acessibilidade associados a vários murais do festival Wool, trabalhando em quatro murais diferentes, com direito a réplica tátil em 3D, audiodescrição, vídeo em língua gestual e texto. A terceira fase deste projeto é a inauguração do mural, as visitas e ainda dois espetáculos.
O mural que se tem construído ao longo das últimas semanas vai estar exposto na rua que leva diariamente os utentes até à APPACDM – uma casa onde todos os dias têm a oportunidade de lutar pelos seus sonhos e, independentemente das dificuldades, não existem impossíveis para continuar a aprender e a viver.
 
             
		 
        

