A liberdade define a mobilidade dos nativos digitais

Francisco Sena Santos, Jornalista da Antena 1 e Professor da Escola Superior de Comunicação Social

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As gerações nascidas à volta do ano 2000 estão a desmontar a mobilidade urbana do século XX e a criar novos modelos para as deslocações.

 

As duas rodas, eletrificadas ou não, multiplicam-se no espaço público. As aplicações que fazem funcionar redes para transporte como a UBER também disparam. O carsharing ou a boleia partilhada é um recurso que faz caminho, como é mostrado numa das reportagens desta edição do REC, dedicada à mobilidade da geração de nativos digitais.

Ter carro próprio foi uma ambição prioritária que definiu sucessivas gerações do século XX. O automóvel era visto como instrumento de autonomia que proporcionava prestígio social. Os objetos de desejo caducam: o automóvel não acaba como apoio útil, mas deixa de estar no centro das aspirações.

As novas gerações viajam cada vez mais, cada vez mais longe e cada vez mais cedo, porque têm o benefício da oferta abundante e de baixo custo das companhias aéreas low-cost. É assim que o carro próprio ou da família é cada vez menos usado para essas viagens longas.

Os nativos digitais estão mais interessados em estar conectados pela Internet; não através da estrada de asfalto. Também têm a consciência ambiental que não sensibilizou os avós ou muitos dos pais. Sabem o impacto em contaminação provocado pelos motores de combustão. Continuam a usar as redes de transportes públicos – progressivamente alimentados por energias limpas – mas, aproveitando os caminhos pedonais e as ciclovias que todos os dias ganham quilómetros, cada vez mais tomam em mãos o percurso da deslocação.

Liberdade, ligeireza, fluidez, consciência ambiental: as novas leis para a mobilidade dos nativos digitais.

Neste programa participaram Daribell Seijas, Diana Duarte e Gonçalo Augusto do Instituto Politécnico de Viseu; Ana Sofia Cunha, Filipe Torres, Gonçalo Martins e Lara Alves, da Escola Superior de Comunicação Social; Lara Castro, Leonor Couto e Luis Varela, da Universidade do Porto; Carolina Piedade, Márcia Martins, Carlota Silva e Neuza Moreira da Universidade Autónoma de Lisboa. A apresentação é de Vanessa Pinto, da Universidade Autónoma de Lisboa. A coordenação e edição é de Miguel van der Kellen, da Universidade Autónoma de Lisboa e Francisco Sena Santos, jornalista da Antena 1 e Professor da Escola Superior de Comunicação Social.