O REC foi abalado pelo novo coronavírus. Como muitos outros planos, os nossos para as formações e para os novos programas foram, num primeiro instante, adiados na esperança, agora sabemos que ingénua, que passados poucos meses regressaríamos à normalidade.
Não aconteceu. Em vez disso, fomos abrindo caminho nesta nova forma de estar, repleta de vídeochamadas, e-mails e alguns encontros rápidos com máscaras e álcool gel. Recomecámos a organizar-nos com o fim do ano lectivo à vista, assim como uma previsível debandada para as merecidas férias no horizonte.
A chamada chegou em Julho, uma convocatória arriscada a acertar em cheio no período estival. No dia e hora combinados, esperava-nos uma bela surpresa: os alunos, mesmo de férias, apareceram com a mesma vontade de fazer reportagem.
O confinamento reduziu-nos as fronteiras mas até ao fim da rua ainda há um mundo de histórias. São os nossos vizinhos, os nossos avós, os comerciantes do bairro. Longe das escolas e universidades, improvisou-se o material. Se o homem foi à lua com um computador menos potente do que um telemóvel moderno, haveríamos de conquistar o nosso espaço. O resultado é um retrato único e revelador deste tempo extraordinário. Tal como uma ida à lua, os dias da covid-19 ficarão na nossa memória durante muitos anos.
Neste programa participaram o Bernardo Soares, a Inês Malandras, a Joana Oliveira e a Marta Laranjeira, da Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa; a Bruna Ferreira, a Estela Santos e a Laura Carvalho, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; a Ivânia Silva e a Maria Carolina Reis, da Universidade Autónoma de Lisboa e a Ana Margarida Rodrigues, da Universidade da Beira Interior. A locução é de Mariana Serrano, da Escola Superior de Comunicação Social. A coordenação é de Francisco Sena Santos, jornalista e professor na Escola Superior de Comunicação Social, Miguel van-der Kellen, professor da Universidade Autónoma, e Teresa Abecasis, jornalista do Público.
